Mobilizar contra a privatização da <i>STCP</i>
A fusão da STCP com o Metro do Porto é um passo de gigante a caminho da privatização da empresa de transporte rodoviário, sustenta a célula do PCP.
O tempo para lutar contra a privatização da STCP é agora
A apresentação pelo Governo do Plano Estratégico dos Transportes – PET, que prevê a fusão da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto/STCP com o Metro do Porto, constitui para o PCP um «passo de gigante» no sentido da «entrega ao capital privado destas importantes empresas de transportes». Num comunicado do Secretariado da célula do PCP na STCP, os comunistas alertam para o «ataque aos direitos, aos salários e ao futuro dos postos de trabalho» que tal medida, a ir por diante, acarretaria.
Trata-se, para o PCP, de «limpar» os direitos dos trabalhadores, nomeadamente das novas gerações, «utilizando a ausência de contratação colectiva digna desse nome». Assim seria possível entregar a empresa aos novos donos «limpa» destes encargos.
Mas a fusão está longe de ser a primeira etapa da privatização da empresa, denunciam os comunistas, recordando um longo caminho de medidas tendentes a esse objectivo. A STCP, SA, que já foi Serviços de Transportes Colectivos do Porto, já teve mais de quatro mil trabalhadores, estando hoje reduzida a cerca de 1400, dos quais 120 contratados a prazo. Por outro lado, ao nível da contratação colectiva, os trabalhadores da empresa «têm vindo a ser confrontados com o roubo sistemático dos seus direitos».
Mas não é tudo: várias administrações «foram limpando a empresa de serviços de apoio importantes à sua sobrevivência e bom funcionamento, tais como as oficinas», ao mesmo tempo que foram «desenhando e concretizando uma rede de transportes que desrespeita e limita a mobilidade das pessoas e que, de acordo com o objectivo final, permite a redução de trabalhadores e põe em causa o serviço público às populações». A imposição de aumentos de preços que «nada têm a ver com a prestação de um serviço público de transportes» é a outra face da privatização que se prepara. Face a isto, considera o Secretariado da célula do PCP ser tempo de «todos assumirem as suas responsabilidades». Assim, garante, «não vale a pena assobiar para o lado» e divagar sobre quem será o «melhor privado» para assumir o controlo da empresa. Reafirmando que «o tempo de lutar e resistir é hoje», a célula comunista recordou que «foram muitos os momentos em que os trabalhadores souberam estar na defesa dos seus direitos afirmando que não estavam à venda nem em leilão».
Os comunistas, tanto no interior como no exterior da empresa, «saberão estar ao nível das suas responsabilidades e tudo farão para esclarecer e mobilizar os trabalhadores contra tamanha ofensiva, estando na linha da frente da defesa dos seus direitos e de tão importante empresa do sector público de transportes da região do Porto», garante o Secretariado da célula.